terça-feira, 31 de maio de 2011

A Toca do Estevão



Há muitos anos, ainda no tempo da escravidão, havia em Ilhabela entre tantos outros engenhos, o Engenho D'água, onde se desenrola esta estória que vamos contar: Estevão era um escravo trabalhador e servil. Era esperto, inteligente e queria aprender a ler e escrever. Como era muito querido pela "Sinhá", esta, às escondidas, ensinou-o a ler.
O capataz que sentia grande ciúme pelas atenções que eram dispensadas a Estevão pela "Sinhá" descobriu que o escravo sabia ler e escrever. Imediatamente contou ao "Sinhô" que mandou aprisionar Estevão. A prisão e os castigos dispensados a um escravo alfabetizado eram torturantes, muito mais do que os de um escravo comum. Um belo dia, Estevão fugiu do cativeiro, ajudado pela "Sinhá", que tinha como ama a mãe do próprio Estevão. Quando descobriram a fuga foram direto à "Sinha" e sua ama. Estas ao verem chegar o capataz, o "Sinhô" e os policiais, imediatamente tiveram uma idéia: ocultaram Estevão embaixo da longa e engomada saia da ama e negaram até o final, terem visto o escravo. Assim que os homens se foram, Estevão partiu ocultando-se em uma toca que fica logo acima do Engenho D' Água, e nunca mais o pegaram.
Ainda hoje, quando passam perto dessa toca, os caçadores dizem ouvir os lamentos do escravo. Daí o nome "Toca do Estevão".

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Vaqueiro Misterioso


Esta lenda é muito comum por todo o interior do Brasil, principalmente nas localidades que tem fortes tradições no Ciclo do Gado. Esta Lenda relatada por muitos vaqueiros, o vaqueiro misterioso aparece de repente nas fazendas ou em regiões pastoris. Não se sabe ao certo de onde veio ou onde nasceu. O Vaqueiro Misterioso sempre aparece para participar das competições de derrubada de boi, corrida de argolinha, entre outras competições de montaria.

Gif de Cowboy

Ele sempre é descrito como um vaqueiro velho, está sempre vestido humildemente, com um gibão de couro surrado e chapéu de vaqueiro, encobrindo o seu olhar misterioso, e sua montaria é um cavalo velho com aparência cansada,quando participa das competições, sempre é o mais ágil, mais destro, mais afoito de todos os competidores. Ele, porém, recusa todas as honrarias. É sabedor de segredos infalíveis e quando alguém procura por ele para saber de onde ele veio ,ele acaba sumindo sem deixar nenhuma pista.


http://www.sitevip.net/gifs/cowboy/1413_animado.gif

terça-feira, 17 de maio de 2011

A Lenda de Alamoa



É uma lenda da região da Ilha de Fernando de Noronha. Antigamente a ilha abrigava um presídio.Os antigos detentos desse presídio contavam que, nas vésperas de tempestades, quase sempre à meia-noite, aparecia na praia uma mulher lindíssima. Muito bela, com a pele extremante alva, com longos cabelos louros e completamente nua, ela dançava pela praia molhada pela chuva e iluminada pelos relâmpagos. Seus pés pareciam não tocar o chão e sim flutuar sobre a areia.



Segundo a lenda, às sextas-feiras, a pedra do Pico se abre e surge uma linda luz brilhante. A Alamoa então sai e passeia pelas redondezas. Quando vê um homem, ela dança, atraindo sua vítima que fatalmente se apaixonará por ela. Assim, a entidade leva o seu enamorado para a pedra, sua morada. Mas aqueles que ali entram, logo constatam com horror a terrível transformação. Seus belos e brilhantes olhos transformam-se em dois buracos e ela vira uma uma caveira horripilante. Então, a fenda se fecha e o pobre homem nunca mais é visto. Apenas seus gritos de pavor ainda são ouvidos no local durante muitos dias. Aparece também como uma luz ofuscante, multicor, a perseguir quem foge dela.
As mães aconselhavam os filhos que não saíssem para passear nessas noites perigosas, pois a "malvada" Alamoa poderia enlouquecê-los de amor e matá-los de "terror". Aqueles que se deixassem enredar nessa teia de sedução.


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terça-feira, 10 de maio de 2011

Matinta Perera



Matinta Perêra é uma ave de vida misteriosa e cujo assobio nunca se sabe de onde vem. Dizem que ela é o Saci Pererê em uma de suas formas. Também assume a forma de uma velha vestida de preto, com o rosto parcialmente coberto. Prefere sair nas noites escuras, sem lua. Dizem que de noite, quando sai para cumprir seu fado, a Matinta sobrevoa a casa daqueles que zombam dela ou que a trataram mal durante o dia, assombrando os moradores da casa e assustando criações de galinhas, porcos, cavalos ou cachorros. Dizem ainda que a Matinta gosta de mascar tabaco. E quando lhe prometem o fumo, ela sempre vai buscar no dia seguinte, sempre às primeiras horas da manhã. Para os curiosos que querem descobrir a verdadeira identidade da Matinta Perera: quando se ouve o assobio ou grito estridente, cujo som lembra a palavra: "Matinta Perêra..." na mata, o curioso deve gritar bem alto: "vem buscar tabaco!". No dia seguinte, bem cedinho, a Matinta Perêra aparece para buscar o tabaco prometido. Se não der o que prometeu, a Matinta Perera volta à noite e não deixa ninguém dormir.
Outra forma de descobrir a verdadeira identidade de uma Matinta é por meio de uma simpatia onde, à meia noite, se deve enterrar uma tesoura virgem aberta com uma chave e um terço sobrepostos. Garantem os caboclos que a Matinta não consegue se afastar do local.
Há os que dizem que já tiveram a infeliz experiência de se deparar com a visagem dentro do mato. A maioria a descreve como uma mulher velha com os cabelos completamente despenteados e que tem o corpo suspenso, flutuando no ar com os braços erguidos. Ao ver uma Matinta, dizem os experientes, não se consegue mover um músculo sequer. A pessoa fica tão assustada que fica completamente imóvel! Paralisada de pavor!
Dizem ainda que quando a Matinta Perera sente que sua morte está próxima, ela sai vagando pelas redondezas gritando bem alto "Quem quer? Quem quer?". Quem cair na besteira de responder, mesmo brincando, "eu quero!", fica com a maldição de virar Matinta. E assim o fado passa de pessoa para pessoa.


Fonte: Blog " Nossas Lendas Preferidas".

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Cobra Honorato



É uma das mais conhecidas lendas do folclore amazônico.Segundo essa lenda , em uma certa tribo indígena da Amazônia, uma índia engravidou de uma Boiúna (Cobra-grande), após um banho de rio. Posteriormente a ìndia deu à luz a duas crianças gêmeas, que na verdade eram duas cobras, a mãe assustada por seus filhos serem cobras, jogou- os no rio. As duas cobras cresceram livremente pela mata e pelo rio. Viviam sempre juntas. Os índios deram-lhe os nomes de: Cobra Honorato para o menino e para a menina, Maria Caninana. Com o passar do tempo as diferenças entre as duas cobras foram ficando cada vez mais evidentes. Cobra Honorato era mais forte e bom, nunca fazia mal a ninguém, sempre estava pronto para ajudar, salvou muita gente de morrer afogada.
Com freqüência, Cobra Honorato vinha visitar a mãe na aldeia. Saia sempre no meio da noite e sob a luz do luar tirava seu couro de cobra e se transformava em um bonito rapaz. Ainda pela madrugada, antes do último canto do galo, Honorato entrava novamente dentro do seu couro de cobra e mergulhava de volta no rio, voltando a ser uma cobra. Já Maria Caninana era violenta e má. Afundava as embarcações, matava os náufragos, atacava os pescadores, feria os peixes,
causava sérios prejuízos.


Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la para pôr fim às suas perversidades. Para desfazer o encanto sofrido pela Cobra Honorato, alguém de coragem teria que encontrar a cobra dormindo e sacudir dentro de sua boca três pingos de leite de mulher, além disso teria que ferir com um ferro a cabeça da cobra. Após isso Honorato se transformaria em homem para sempre.
Muitos com pena de Honorato quiseram tentar desfazer o encanto, mas tinham medo quando o viam transformado em cobra.
Até que um dia um soldado, que fez amizade com Honorato enquanto estava transformado em homem, criou coragem e conseguiu quebrar o encanto. Após dar três gostas de leite na boca da cobra dormindo, deu-lhe uma machadada na cabeça.
A cobra se sacudiu e depois estirou-se no chão. Honorato saiu então de dentro do couro da cobra e ajudou o amigo soldado à queimar o mesmo. Assim o encanto foi quebrado, e Honorato viveu por muitos anos.